Das primeiras paixões...

Conversando ontem com um amigo sobre nossos primeiros amores, contei sobre a minha primeira paixão. O nome dele era Ari Dimas Book Neto, ele tinha 10 anos e uma bicicleta roxa. Eu tinha 9 anos e não tinha bicicleta. Foi na 4ª série, à primeira vista. No primeiro dia de aula, durante a hora do hino nacional, olhei pra ele e 'boom', tava apaixonada. Pernas bambas, coração acelerado, nervosismo estampado na cara e no corpo todo.
Durante alguns dias o olhei silenciosamente, até que criei coragem e mandei uma cartinha me declarando. Em resposta ele me convidou pra andar de bicicleta. Como eu não tinha, não fui. Depois de uns dias marcamos um encontrinho pra depois da aula. E foi ali, na frente da escola, que rolou o nosso (e o meu) primeiro beijo. Foi lindo.

Decidi e fiz o meu pai comprar uma bicicleta pra mim. Era uma caloi amarela, que fiz o favor de arrancar fora aquela cestinha maldita. Andávamos quase todos os dias durante a tarde, era como um ritual. Ele passava na minha casa, eu saia, pedalávamos por umas três, quatro quadras, depois voltávamos para as nossas casas. Outras vezes, quando a marcação ficava cerrada lá em casa, íamos pro lote ao lado da minha casa, que também era do meu pai. Meu pai havia suspendido uns pés de maracujá, o que fazia uma ótima sombra pra gente. Passávamos muito tempo ali, até fizemos um banquinho de madeira. hahaha.

E como nem tudo são flores (ou pés de maracujá)...

O Ari se apaixonou por uma menininha nova no colégio. A menina que tinha uma bicicleta rosa com cestinha.
Fiquei triste com o fora, claro. Mas não fiquei mal por muito tempo.

Na verdade, ali eu já era apaixonada pela Luana. A minha amiga que não tinha bicicleta, mas que sempre levava seu walkman vermelho pro colégio.
E eu achava aquilo lindo.