...solamente estás donde ya no te busco

e é assim a vida, você busca uma coisa ali, outra acolá, acha que encontrou, fica feliz, realizada, depois perde, fica triste, desamparada, depois reage, depois cresce, depois encontra outra coisa capaz de te mudar de novo, de te deixar vulnerável, e deixa, e você desaba, se entrega...

se dá certo?
bom, e aí que tá.

há um ano eu deixei uma vida pra trás:
casa, amigos, lugares preferidos, rotina, paixão...deixei tudo pra trás e me mudei.

e durante toda a viagem, eu lembro que eu ficava me perguntando: que diabos eu estou fazendo com a minha vida? será que eu vou conseguir segurar a barra? será que vou fazer novos amigos? será que não vou chorar todas as noites de saudade do que/de quem ficou?

eram tantas perguntas. e as respostas só viriam/vieram ao longo do tempo.

senti saudade? senti
chorei de saudade? chorei
me arrependi? arrependi
me arrependi de ter me arrependido? me arrependi
fiz merda? fiz
passei as piores noites da minha vida? passei
tive os melhores dias da minha vida? tive
conquistei pessoas? conquistei
fiz amizades? sim, e eternas.
tentei? tentei
vou aguentar o rojão por mais um ano? não sei, vou saber quando voltar de Brasília.

há coisas que não adianta tentar prever,
imaginar? quem sabe, num sonho ou outro.

mas acordar é preciso.

Ao Som: Madeleine Peyroux - Dance Me to the End of Love