Wednesday, January 31, 2007

Sua vida burguesa é um romance...

Ok. Minha vida nunca será como águas tranquilas.



e blá, blá, blá eu te amo.

Saturday, January 27, 2007

Crônica

Meu nome é Caio F.
Moro no segundo andar,
mas nunca encontrei você na escada


Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.
Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão.
No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa?
(Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.)
Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

(Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87)

A sensação que eu tenho é que devo acrescentar essa Crônica do Caio em todas as novas cartas que irei escrever para os meus amigos. Talvez assim eles possam me compreender melhor, talvez eu diga: 'olha aí o que eu queria que vocês soubessem. olha como estou me sentindo realmente. agora vocês me entendem?'

Estou sendo objetiva agora?

Ao Som: Pink Floyd - Wish You Were Here

Friday, January 26, 2007

Explosions!

Em vão, procurei pelo Darklands,
pelo Tom Waits.

Nada de encontrar.

Em vão, busquei por Morangos Mofados,
por Ovelhas Negras.

Nada de achar.


Depois de uma manhã silenciosa e nublada, pego dentro da gaveta o falso alívio pra essa dor que não será curada.
Nem aqui.
Nem agora.

Dor no mente.
Dor na alma.
Dor no coração.

Meu resumo?

DOR!

E ela não pode fazer nada sobre isso.
Nem eu.

Thursday, January 25, 2007

The Beatles - Something

I don't know
I don't know.

absurdamente lindo.

Wednesday, January 24, 2007

"I look out my window and what do I see
a crack in the sky and a hand reaching down to me
all the nightmares came today
and it looks as though they're here to stay"


gsdhd8afihaHFOAHC.

caralho!

Tuesday, January 23, 2007

Maybe I'm amazed at the way I really need you

(era pra ser em caps lock)

Monday, January 22, 2007

Preciso de mixtapes.
Aceito doações.

We came, we came, we came again...

Estou me acostumando com 'a vida 80 km/h.' Mas é complicado deixar aquela vida 350 km/h pra trás. E todos os momentos daquele tempo em que o amor corria solto. Como dizia Sabino.

Gomez - We Haven't Turned Around











que bonito!

Saturday, January 20, 2007

Regina Spektor - Better

+ um gole de café e um trago
Cold War Kids - Hospital Beds

daqueles últimos dias de julho de 2006.

Friday, January 19, 2007

What are you changing?
Who do you think you're changing?

Ele me conheceu no dia anterior ao meu aniversário.
E no dia do meu aniversário ela me deu o cd que vem me salvando dia após dia.

Muito obrigada.

"your eyes are soft with sorrow. hey, that's no way to say goodbye"

Thursday, January 18, 2007

it's so lonely in this place. so cold i don't believe...

Wednesday, January 17, 2007

Eu continuo com Fernando Sabino. Ele sempre me salva nas idas e vindas pra casa.

Tuesday, January 16, 2007

Monday, January 15, 2007

Só pra dizer que, qualquer coisa podem colocar Smiths pra tocar durante toda a cerimônia.

Saturday, January 13, 2007

Romance is a ticket to paradise...

Depois de certas músicas a única coisa que resta é deitar a cabeça no travesseiro e começar a sonhar.

Friday, January 12, 2007

Cold gin time again ...

'I need some fuel to build a fire'
- O que você faz durante o dia?
- Fico deitado na cama.
- Deve ser horrível.
- Não, é legal. Eu gosto.

- Como pode ser legal ficar o dia inteiro deitado numa cama?
- É que aí não preciso ver ninguém.
- E isso o agrada?
- Oh, sim.
- O que você faz o dia inteiro?
- Uma boa parte passo ouvindo rádio.
- O que você gosta de ouvir?
- Música e pessoas falando.
- Você pensa em garotas?
- Claro. Mas isso está fora de cogitação.

tem dias que eu sou muito Henry Chinaski

Monday, January 08, 2007

Não sei lidar com a saudade. Nunca soube.
Mas agora a situação é bem pior, essa droga de ansiedade maltrata, machuca, me consome, me deixa absolutamente inerte e infeliz.
E como não posso continuar nessa levada, eu prefiro me afastar. Prefiro não esperar por nada, não saber de nada, não compartilhar de nada.

Egoísmo?
Pode ser sim, mas se eu tiver que ser egoísta pra tentar fazer com que as coisas melhorem um pouco, eu serei.
Assim quieta, assim no canto, assim como sou, eu.

Ao Som: Iron & Wine - My Lady's House